Friday, August 11, 2017

Slade ::: Nobody's Fools



Camila não leia isto, mesmo porque não quero mesmo mais nada com a cigana do oceano, cândida pérola ou estrela da manhã, amores maristas adolescentes platônicos que tanto me perturbaram quando eu era isso: marista e adolescente e platônico. Mas os amores musicais conquistados na adolescência calam ainda mais fundo e ressurgem estranhamente numa manhã fria de agosto, hoje.

Este o caso do Slade, sobre quem já escrevi aqui. Aquele Nobody's Fool foi seguramente um dos discos mais ouvidos na vida, na vida de 1981, aquela sétima série complicadíssima em que eu descobriria o Rush, formaria a banda de rock Século XX com o Ronaldo e o Maguila, sonhava acordado com a inacessível Carla, aprendia teatro e marxismo com o colega João Ernesto e, com notas como 0,5 e 1,0, quase me reprovava na matemática do João Fernandes.

E comprava discos compulsivamente nos sebos do centro do Rio, aonde chegava de 217 ou 226, faminto, porque a grana vinha do dinheiro que a mãe dava para os lanches no colégio e que eu guardava para isto: comprar discos.

A prova de que é paixão adolescente mesmo está em que eu ache no mínimo idiota qualquer música que eu conheça, uma e outra que tenha me passado desapercebida no começo dos anos 80.

Continuo achando o Alive I um dos melhores, quiçá O, ao vivos da história do rock. E basta o lado A. E discos como este Nobody's Fool não tenho como defender senão dizendo que são pura paixão adolescente. Pureza em sua inteireza.




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