Friday, May 16, 2014

Show do Marillion ::: Rothery & Co.

Aquele gordo calvo ali à esquerda


Dizer que sou mau fã do Marillion é ainda pouco apropriado, pois sequer chego a ser fã. Não o digo por desprezo ou despeito, a falha está em mim :: pouco conhecimento. A fase inicial, Fish e francamente pastiche do Genesis, não me agrada. Prefiro o Marillion como é hoje, como começou a ser desde o Brave, disco que amo. Aliás, deste trabalho sim sou fã incondicional, como testemunhei aqui, aqui e aqui. A banda que nasceu cuspida e escarrada, passou a cuspir influências.

Lembro das discussões no Orkut :: o Marillion dividindo a galera, amor ou ódio. Gosto de ver o amor que desperta, sobretudo em pessoas queridas. Porque o Marillion não é lá banda para se gostar. Não é cool. Não é difícil, não é virtuose. E disso eu gosto.

Fui ao show para ouvir boas músicas e acabei vendo bem mais do que isso. Mas fui ao show principalmente para ver o Hogarth e o Rothery. 

Hogarth, Mr. h., mora já em meu coração, porque não se ama o Brave sem amar seus vocais apaixonados. Gostei ainda mais ao vê-lo em ação: o frontman showman, a entrega. Se um dia eu fosse vocalista de rock, eu quero ser assim quando crescer.

E o Rothery. Porque não existe este subgênero incompreendido de nome neoprogressivo? Estava ali uma das caras dele, um dos responsáveis por sua definição. Rothery is the guy least likely to rock in town. Ali no canto do palco, magnífico, hierático, algo assim como um patriarca bíblico de olhos antigos cujos filhos pródigos acabaram de retornar ao lar. Rothery humilde, sem carisma, acariciando as cordas da guitarra sem que qualquer som excessivo dela irradiasse. Rothery preciso, maestro. E quando seu rosto é iluminado por um sorriso, do artista que sabe a que veio, sabemos que estamos no show certo e que o Marillion é um dos nomes seminais da história do rock progressivo. Graças a ele.


Sorri




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