Thursday, May 22, 2014

Finismundo, de Haroldo de Campo ::: A Poesia num Mundo Abandonado pelos Deuses



Em Finismundo :: A Última Viagem, Haroldo de Campos reelabora o fim de Ulisses, cuja curiosidade insaciável mesmo na velhice é lembrada por Dante  (" l'ardore... a divenir del mundo esperto "), de duas formas :: numa cadência épica, neoépica, a la Pound, e numa paródica, neste nosso mundo que parece prescindir de poesia.

O poema é pequeno. Em se tratando de épico, mínimo. Mínima também a primeira edição, pela Tipografia do Fundo de Ouro Preto, apenas 733 exemplares saídos no inverno de 1990.

O meu é tesouro, com dedicatória para mim :: este poema onde Odisseu viaja, algum dia de 1991, ocasião em que eu e o bardo trocamos algumas palavras em russo.

PS: Mas o de que mais gosto no livro é a explicação do Haroldo sobre ele. Sua poesia fica longe de me agradar em cheio, esteticamente falando. Ele é um poeta-leitor. (E que leitor!) Eu também sou poeta-leitor, mas muito menos leitor.



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