Sunday, November 24, 2013

Uma Cerveja para o Rock Progressivo Italiano

Cilene, Giovanni e intérprete



Um dos momentos altos do Mondial de la Bière: Cilene Saorin em conversa com Giovanni Campari, do Birrificio dal Ducato. A cervejaria é outra jóia do movimento de cervejas artesanais italianas e em vários momentos lembrou-me a Baladin, de que sou grande entusiasta.

Se Teo Musso, da Baladin, toca música para seus levedos, não falta música por aqui tambén e a história não poderia ser diferente, mesmo porque o birrificio situa-se em Roncole, Roncole Verdi, cidade natal de Giuseppe Verdi, que neste ano completa vinte pares de mãozinhas cheias.

Suas cervejas, da concepção ao produto final, passando naturalmente pelo processo, são impregnadas de música e poesia. Nos rótulos há trechos de poemas. Montale já pareceu por aqui.

Então é isso: tomar uma birra italiana, direto da terra de Verdi e de quebra um verso de Montale no rótulo. Por enquanto, sigo sonhando. As Dal Ducato, que viriam para o festival, encontram-se retidas no porto do Rio de Janeiro. Contra a poesia, a pesada antipoesia da burocracia e exigências alfandegárias brasileiras.

 Para terminar: ao fim de sua fala, fui trocar umas palavras com o sujeito, identificando-me como profondo appassionato e grande intenditore di rock progessivo italiano degli anni 70. Para contextualizá-lo (sim , era necessário: imagina você acabar de falar de cerveja e lhe surge um brasiliano amalucado do nada falando-lhe de música de 40 anos atrás), citei os 3 grandes: PFM, Banco, Le Orme.

Ele conhecia. E respondeu-me com, nesta ordem, I Giganti e Area. Ganhei meu dia, que já estava ganho, e quando lhe pedi uma birra em homenagem a estas bandas, pude mesmo ouvir a voz de Demetrio Stratos mesclando-se à melodia do "Va Pensiero".



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