Friday, August 16, 2013

Que bordam as andorinhas em seus voos



que bordam as andorinhas em seus voos
mergulhos cegos sobre a tela azul
o que desenham essas trapezistas
sem trapézio que da borda do céu
se precipitam se suicidam
sempre certas de renascer em dobro
depois de cada voo de cada dobra
que descosturam com os seus arroubos
o céu pertence a elas e também
o trabalho das mãos que ao imitá-las
em meus cabelos cardam fiam dobam
guiadas por teus olhos de opala
será o tempo grande ladrão mas
esta manhã amor ninguém nos rouba

1 comment:

A VIDA NUMA GOA said...

Da série 'explicar perde a graça'::
não só as palavras finais, mas também o jogo com 'dobra' e 'borda'