Saturday, September 15, 2012

Sapatos Floridos



SAPATOS FLORIDOS

Peguei sapatos velhos do meu filho
(tão pequeno e já tem sapato velho!)
e neles plantei flores, como quis
o Quintana: margarida, tomillho,

alcaravia, hortelã, sempre-viva.
O mundo é o mundo desde que nasci
(Ficará rodando depois que formos)
Tu não me enganas, velho, e não te engano a ti.

E se ele estanca em suas engrenagens
se parece que tudo perde o viço
lembremos antes que a manhã acabe:

a vida com pequenas sabotagens
é possível; na área de serviço
fazemos nossa primavera árabe.

1 comment:

Anonymous said...

Poema e imagem, ambos maravilhosos!
Parabéns!