Friday, January 14, 2011

Al-Fárábi





Eu já conhecia o Al-Fárábi, nele comprara A Arte de Goa, Damão e Diu, assim como já conhecia o Maurício desde os seus tempos de Berinjela. Eu já bebera um chopp no Al-Fárábi, desfrutando deste luxo que é tomar chopp em meio a livros.

Mas desde que o simpático sebo, situado na Rua do Rosário, passara a trabalhar com cervejas especiais, eu ainda não tinha ido.

Chego cedo, entrando nas 10 horas (da manhã!), vindo a pé do Santos Dumont, o que de pronto me faz indagar: a que horas mesmo minha religião permite que eu comece a tomar cerveja? Quando é dia de Bola Preta, quando é dia de clube, sei que os horários são mais permissivos e premite-se mesmo que os trabalhos sejam abertos ainda pela hora do café. Mas e hoje? Enrolo um pouco, mas logo não resisto: peço um Backer Brown, cerveja que nunca me encheu os olhos e continua a não o fazer.

Percorro o sebo. A seção de literatura estrangeira é ótima. Para se ter ideia, há dois títulos diferentes de Dino Buzzati, o grande escritor italiano difícil de se encontrar por aí. O Al-Fárrábi, corram que vai esgotar, tem também livro de 1975 sobre arte uzbeque, quando ainda existia a URSS. Por aí, repito, se avalia o quão gostoso é correr suas estantes com um copo na mão.

Quando encontro livro da chinesa Shan Sa (A Jogadora de Go, em ótimo estado por apenas 13 pilas), resolvo fazer um upgrade nas birras. Por sugestão do Maurício, abro uma Brew Dog, escocesa simplesmente excepcional. A vida se me torna boa, o estresse, ainda morno do aeroporto, parece distante. Depois emendo uma Flying Dog. Ora, sou grande apreciador desta cerveja norte-americana, em especial da Double Dog, uma double pale ale. Mas o que Maurício me apresenta é uma edição de aniversário, uma Indian pale ale, meu estilo preferido, e ainda por cima Belgian Style! Uma cerveja estupenda, arrasa-quarteirão, que atende pelo nome doce e carinhoso de Raging Bitch.

Quem souber reponde: em que outro lugar se pode tomar cervejas como essas (a carta é extensa, eles têm todas as trapistas), namorar gravuras de Carybé e comprar um romance de Shan Sa? Tudo em um dos espaços mais deliciosos do Rio...

3 comments:

Josimar said...

Agora está tudo explicado...ao menos foi por um bom motivo!
:D

Anonymous said...

eu quero beber a cerveja do elefantinho...rs

Ana said...

E eu que pensei que você não era cervejeiro... ;) (lembra?)

Saudades, moço... apareça na Estante Mágica e veja a capa do novo filhote de papel que vem por aí! ;)