Tuesday, May 18, 2010

Pacote




Poucas coisas me deixam mais feliz do que receber um pacote pelo correio. O dia de ontem foi cheio. A começar, segunda. Ainda que eu não mais as tema, acordar na segunda às 5:10 é sempre acordar na segunda às 5:10. E o ônibus demorou, perigou de eu ir em pé. Stress começou cedo.

Dia muito ocupado, cheio, só volto para casa às 8:30 da noite. Para se ter ideia, não vi Dantuca acordado. (Se bem que o vira de madrugada, ou seja, o dia começara bem antes das 5...).

Mas tem um pacote sobre o revisteiro. Não é de todo surpresa, posto que prometido, mas na alegria detectam-se, vai explicar, laivos de inesperado. Porque nada garantia que chegaria hoje, não sabiam minhas pupilas que iriam encontrá-lo sobre o revisteiro. Daí dilataram-se.

O pacote é do Felipe, velho amigo cearense. Mimos. Para além de dois livros devolvidos, o cabra me presenteia com sete (se-te) livros: contos, poesias, xilogravura. Teve o cuidado ainda de que alguns dos livros (Móbiles, de Luciano Bonfim; Quanto todos acidentes acontecem, de Manuel Ricardo de Lima; Manual de Acrobacia n.1, de Carlos Augusto Lima) chegassem a mim com dedicatórias do autor.

Vamos ser maniqueístas? É a vitória do bem sobre o mal, é o triunfo do entusiasmo sobre as fadigas. Porque eu precisava, como sempre, de poesia, e ela estava ali.

Não bastassem os livros, uma camisa de futebol, do Oeiras Atlético Clube, time da segunda divisão do Piauí. Amarela e azul, com brasão por escudo, terá a camisa suas pretensões helvéticas e medievais, mas o símbolo do clube -- o gavião Carcará -- nela assinala, com ferrete, o sertão. Não que este e medievalismos se excluam, já temos Suassuna e os 12 Pares de França, e era isto então que eu tinha em minha sala, nesta noite de segunda-feira.

Hoje visto a camisa para o passeio matinal com Dantinho. Cruzo com camisas de clubes cariocas, cruzo com uma camisa da Inglaterra, outra do Real Madri, mas só eu, eu e Dantinho, temos a camisa do Oeiras, clube do sertão do Piauí, e esta glória, a glória de ter um amigo que mora perto da linha do Equador, onde pendura suas cuecas para secar, e me manda pacotes, ah, esta glória ninguém nesta praia tem.

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