Friday, July 31, 2009

Árvore azul, cachorro amarelo, gato cinza


Foi Gauguin, o genial pintor Paul Gauguin, quem falou: "Se você vê uma árvore como azul, pinte-a azul". Apesar das aspas, estou citando de memória e não garanto se as palavras são exatamente estas, mas afianço que muito próximo a essas são. No Tahiti viu este cachorro vermelho e vermelho pintou-o (Arearea, 1892). Ele foi incompreendido pelos idiotas que achavam (acham ainda) que a pintura deve espelhar a realidade. E mesmo se assim fosse, e assim é, qual realidade, cara pálida, a sua apenas? Cansou de tudo e se mandou pro Tahiti, onde encontrou belas morenas, dizem que mais belas que as do Tororó, e por lá ficou, bebendo águas e pintando morenas e cachorros vermelhos.
Por que isso tudo? Porque descobrimos, enfim, eureka!, o porquê de o Dantuca não dar a mínima para a Isolda (lembram o final da entrevista?). É que Isolducha é cinza. Ela é, na verdade, cor de tartaruga esfumaçada (a cor, não a tartaruga), mas admitamos que prevalece o cinza. O mais belo cinza, quente e sedoso, que já vi. Mas para o Dante não adianta, é de pouco apelo. Ele também é de pouco apelo para ela já que nunca lhe deu comida, mas, voltando ao gato... que fazer? Já a vejo amarela. Pinto-a amarela? A vontade é grande, vou comprar as tintas. Salvam-na os que encontrarem roupinha amarela berrante para ela em algum petshop (esta é para você, leitora querida Maria). Caso contrário, Zuca amarela será.

Tuesday, July 28, 2009

7 meses, 70 centímetros

Completando 7 meses, Dante resolveu medir 70 centímetros. Negócio com ele é assim: precisão.
Mas, e quando ele tiver 8 meses? Terá 80 centímetros? E 90 cm aos 9 meses? Um metro, creio, com 10 meses? E metro e 20 com 1 aninho?
Não riam, a situação é preocupante: aos 2 anos Dante poderá estar medindo 2 metros e 40 centímetros, pouco mais alto que o pivô da seleção de basquete da Geórgia.
Preocupado, fui pesquisar camas (não se pode falar em berços) nas Casas Bahia, mas eles só têm tamanho até 2 metros.

A culpa será, porventura, do chá de bambu que andamos ministrando em doses cavalares. O chá de bambu (漢字/汉字) é ancestral receita chinesa da província de Huhan ( 許慎/许慎). O tratamento bambuesco já foi interrrompido (周禮/周礼).

Friday, July 24, 2009

Pra quem não sabia o que era tototó


Se alguém leu a entrevista e ficou na dúvida sobre o que era tototó....


MEDICINA $.A.



Estou terminado o romance Perturbação, de Thomas Bernhard, obra dura (e maravilhosa) que faz jus ao título. Na página 179, encontro este trecho que se coaduna com o que eu desejava escrever. São palavras do príncipe Saurau: “E ainda hoje creio que os médicos são sempre os homens mais afastados da natureza humana, os que menos conhecem a natureza humana.”

A medicina é uma “ciência” falida, uma prática mercantilista, um espaço em que a incomunicabilidade entre os seres humanos e a indiferença, quando não desprezo, pelo Outro se fazem notar de maneira clara. Óbvio que há exceções, a provar a regra.

Dante teve já o dissabor de conhecer alguns desses desprezíveis profissionais, legião é seu nome, ainda que tenha também contato com os de outra estirpe. Segue um breve resumo de alguns desses médicos.

DRA. RAIZ
A doutora Raiz é uma boa pediatra. Boa para gripes e resfriados. Quando a coisa aperta, Dra. Raiz repete que é tudo “ansiedade materna”. Brilhante, não? Quando Dante teve em seu consultório uma série de espasmos, Dra. Raiz ficou repetindo que isso era ansiedade materna, ou seja, meu filho tem espasmos porque a mãe está ansiosa! Talvez pudesse ser tragicômico, mas é apenas trágico. Quando solicito que ela examine os olhinhos do Dante (durante a crise), ela sequer se levanta! Pede que a Bia o leve no colo para ela! Ah, Dra. Raiz, se isso não foi negligência e arrogância, já não sei o que serão arrogância e negligência...

DRA. ILCEBERG
Doutora Ilceberg é neuropediatra. Neu-ro-pe-di-a-tra. Se toda especialidade médica é importante (ou deveria ser), o que não dizer desta? Dra. Ilceberg, seu nome já diz tudo, ou quase. Esta é capaz de revelar os prognósticos mais terríveis do seu filho como se estivesse relatando as compras que fez no shopping: “Comprei um casaco azul, depois umas botas, porque agora o tempo está esfriando, né?” Dra. Ilceberg talvez precise ser lembrada que do outro lado de sua mesa existem pessoas que amam o seu filho e que poderiam receber tais “notícias” de uma maneira mais suave, amiga, amorosa. Não me venham com “realismo”. É falta de humanidade mesmo.

DR. COME-QUIETO
O Dr. Come-Quieto é esperto, foi direto para o filão rico da medicina: os exames de laboratório, é dono de um deles. É direito dele, bem sei, eu também gostaria de ser rico, mas esse aí só com faturamento está interessado. E aí, faturando os tubos, Dr. Come-Quieto se esquece, ou finge esquecer, que também é médico e age como técnico de laboratório. Dr. Come-Quieto é tecnicista. E assim, de vozinha melíflua e babosa, entrega-lhe os resultados dos exames como se entregasse um folheto na rua COMPRO OURO, mesmo sabendo o resultado do exame, mesmo sabendo das imensas esperanças (baldadas!) depositadas naquele exame. Eu disse “entrega”? Não, Come-Quieto não entrega nada, manda as recepcionistas entregarem, muito ocupado que está com os outros exames a serem feitos. COMPRO OURO E CAUTELAS. Se, porém, sua presença é solicitada, ele vem aporrinhado, e fica repetindo, como se fôramos idiotas, que seu papel ali não é o de prescrever tratamento blablablá. Outro exemplo claro de indiferença ao sofrimento dos seus pacientes.

Que a terra lhes seja leve. Com o Corcovado por cima e o Pão-de-Açúcar de quebra.



A Entrevista Exclusiva

Pensando naqueles que não conhecem a linguagem dos bebês ou que já dela se esqueceu (embora essa linguagem seja um idioleto, ou seja, ter conhecido a de um bebê não significa que você vá entender a de outro), traduzo aqui, com exclusividade, a entrevista exclusiva do meu neném exclusivo.

Vou logo avisando que, yes!, fiz aquela pergunta fatídica e odiosa -- "Você gosta mais do papai ou da mamãe?".

Trechos:

E: Dantuca, meu besourinho do céu, agora que você completou sete meses, diga: O que você mais gosta de fazer?

D: Papai, meu papaizinho peludinho, o que mais gosto é de ficar, tão logo acordo, na cama grande de vocês dois. Mas ficar de barriga pra cima! Quando começam com essa história de vira pra cá vira pra lá vira desvira, vocês cansam!

E: Tá bom, Dantinho, obrigado pela sinceridade, agora diga: O que você não gosta de fazer?

D: Ah, ainda bem que você perguntou isso: detesto quando vocês ficam tentando me fazer dormir e eu não quero dormir. Responda: alguém força você a dormir, papai?

E: Er, Dante, quem faz as perguntas aqui hoje sou eu... Diga: Você gosta muito de passear?

D: De táxi, adoro! De carrinho gosto também, embora essas calçadas esburacadas e cocozadas me estressem um pouco.

E: Qual sua comida preferida?

D: Tototó!

E: E sua bebida?

D: Aquele leite que saía do peito da mamãe eu tô enjoando um pouco.... Gosto de leite de mamadeira e de suquinho de laranja. Não sou muito fã de água, ô coisa sem graça.

E: E sua música?

D: Ih, papai, que difícil. Acho que é a do tataré, a da casinha torta, das mãozinhas que conversam, mas de preferência na voz da mamãe, que é mais afinada. Falando em mamãe, conta pra ela que já enjoei daquelas do Pink Floyd for Babies.... De CD, adoro Tudor Lodge, a trilha-sonora do Benjamin Button (triste!) e Andrew Bird, porque ele assobia!

E: Você gosta de receber visitas?

D: Adoro, de preferência depois das 3.

E: E da Isolda você gosta?

D: Isolda?

Thursday, July 23, 2009

Sete é conta de mentiroso!

Para comemorar os sete meses do Dante e mentirosos que somos, gravamos uma entrevista exclusiva, Dantuca e eu, cheia de lorotas, histórias e tutaméias e invencionices.

Em breve alguns trechos.

This is just to say

I have failed
to keep the blog
as it deserves
to be kept

but here we'
re
back!


delicious
so sweet
so cool